Em discurso no plenário da Assembleia Legislativa da Bahia, o deputado estadual Targino Machado (PSC) fez duras críticas ao governo estadual em razão da falta de cuidados deste com o Hospital Geral Clériston Andrade, localizado na cidade de Feira de Santana. De acordo com o parlamentar, o HGCA vem sendo sucateado para que ocorra a sua privatização. "O Hospital Geral Clériston Andrade vem sendo, de propósito, sucateado, para, em seguida, ser privatizado. A Secretaria de Saúde do Estado vem divulgando que o Clériston está melhor. Quem não viu ou ouviu ainda, em Feira de Santana e região, declarações dando conta que o Clériston foi reformado, requalificado e melhorado, bem melhor que no passado? Eu pergunto: se está tão bom, para que privatizar? Ocorre que nós todos temos testemunhado no Clériston pacientes no chão, dividindo uma mesma cama, em posição de valete. Vemos aparelhos amontoados em anexo fechado, camas sem uso, e a falta de leitos para os pacientes. Além disso, há berços aquecidos encaixotados, caixas de soro e medicamentos amontoados, sem obedecer controles determinados pela Anvisa", disse. Segundo o deputado, o PT, ao longo da sua história, sempre se colocou contrário às privatizações. "Tudo isso que citei consta em um vasto documentário fotográfico, registrando essas mazelas no Clériston. A realidade do Clériston é distinta do que apresentada pelo governo. Estão com vergonha de dizer que vão privatizar e continuam afirmando que vão publicizar o hospital. Ainda é fato que o PT, fora do governo, sempre se colocou contrário às privatizações", falou. Para Machado, alguns pontos devem ser destacados em relação a esta decisão do governo local. "Quem ganha com essa privatização? Tenho algumas considerações a fazer sobre isso. Primeiro: a lei que criou as organizações sociais nesta Casa determina que as filantrópicas, ao assumirem a administração de um hospital, só estarão obrigadas a absorverem 30% do quadro de funcionários efetivos. No Clériston, existem cerca de 1260 funcionários, onde 30% serão aproveitados pela organização social. O restante será remanejado para outros serviços, em Feira de Santana ou em outras cidades. Como os funcionários não terão prejuízos? A licitação para a entrega do Clériston Andrade define cotas de atendimentos e é necessário, é verdade, o estabelecimento dessas cotas, pois essas são imprescindíveis para o estabelecimento dos preços por parte das filantrópicas. E quando a cota acabar, como ficarão os pacientes que procurarem o local?" questionou. Ainda de acordo com o parlamentar, o estado tem a obrigação de ofertar saúde à sua população. "Existe um recurso liberado há mais de um ano de R$ 19 milhões de reais do QualiSUS para a reforma do Clériston. Não utilizaram esse recurso. Colocaram o hospital na lista de privatização, tendo em caixa um recurso de R$ 19 milhões suficiente para requalificá-lo. Sou radicalmente contra a privatização do Hospital Clériston Andrade", finalizou.